O manifesto organizado por juristas e pela Faculdade de Direito da USP em defesa da democracia, intitulado “Carta aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito” , recebeu nesta quinta-feira o apoio das oito maiores centrais sindicais do Brasil. O texto, que já ultrapassou as 250 mil assinaturas, foi endossado por CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, Pública e Intersindical Central da Classe Trabalhadora.
Em meio ao rápido crescimento de adesões, o site que colhe adesões ao texto, hospedado pela Faculdade de Direito da USP, já recebeu 2.400 ataques hackers até o momento, segundo o diretor da instituição, Celso Campilongo. Nenhuma das tentativas de invasão foi bem sucedida até o momento.
Um dos organizadores do manifesto, Campilongo afirma que o ritmo de adesões ao documento “aumentou muito” após o presidente Jair Bolsonaro chamar o documento de “cartinha”, na quarta-feira. Publicado oficialmente na terça-feira com 3 mil assinaturas, o texto já foi endossado por 12 ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e também por grandes empresários, políticos e artistas.
“Depois que falaram que o documento era só uma cartinha, deu um impulso na adesão. Estamos em 250 mil assinaturas. A continuar nesse ritmo, teremos mais de 300 mil ainda nesta quinta-feira. A repercussão surpreendeu até o mais otimista dos organizadores”, diz Campilongo.
O presidente afirmou na quarta-feira durante a convenção nacional do PP em Brasília que não precisa de “nenhuma cartinha” para falar que “defende a democracia” nem de sinalização de apoio de “quem quer que seja” para mostrar que o caminho é “democracia, liberdade e respeito à Constituição”. Embora a “Carta aos Brasileiros” não o mencione, critica diretamente os ataques às urnas eletrônicas, uma marca de Bolsonaro.
Em nota conjunta, as centrais sindicais afirmam que “decidiram orientar seus entes de base e militância a assinarem” o texto organizado pelos juristas. Também informam que “vão convocar e orientar as suas bases a mobilizar e participar dos atos do dia 11 de agosto, data em que será lançada a ‘Carta aos Brasileiros'” em evento no Largo de São Francisco, no centro de São Paulo.
Segundo Campilongo, o evento será dividido em duas partes. Um ato será realizado para lançar um manifesto empresarial assinado por instituições e que ainda está em elaboração e outro, em seguida, celebrará a “Carta aos Brasileiros”. Esse primeiro documento, empresarial, tem sido articulado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, e por um grupo de advogados, acadêmicos e ex-ministros.
Intitulado “Em Defesa da Democracia e da Justiça”, o texto já a adesão da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), da Câmara Americana de Comércio Para o Brasil (Amcham) e do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Já a “Carta aos Brasileiros”, publicada oficialmente na terça-feira, é uma reedição de um documento homônimo lido, em agosto de 1977, em pleno regime militar, pelo professor de direito Goffredo da Silva Telles Junior no Largo de São Francisco. À época, a carta denunciava o autoritarismo e a ilegitimidade da ditadura militar e o estado de exceção no qual o país se encontrava.
Ataques de hackers Ao GLOBO, Campilongo afirma que o site que colhe as assinaturas para o documento dos juristas já sofreu mais de 2.400 tentativas de ataque até esta quinta-feira. Nenhum delas foi bem-sucedida.
“Estamos salvando tudo, temos backup (das assinaturas) e diversas camadas de proteção. Recebemos o suporte da Superintendência de Tecnologia da Informação da USP, além da área técnica da própria faculdade. Todo site tem vulnerabilidade, então tememos que qualquer hora um desses hackers acerte o alvo, mas se isso acontecer, estamos preparados”, afirma Campilongo.
O professor salienta que, dada a ampla repercussão dos atos programados para 11 de agosto no Laergo de São Francisco, onde fica a Faculdade de Direito, a instituição já decidiu colocar telões na rua para transmitir o evento.
Neste domingo (7), apoiadores de Pablo Marçal (Pros) invadiram os comentários do perfil do Jornal Nacional e pediram a presença do candidato à Presidência nas sabatinas da atração da Globo. Apesar da sua candidatura estar envolvida numa briga judicial , diversas contas realizaram a solicitação para que o presidenciável esteja na bancada.
“Cadê a data da entrevista do Marçal?”, indagou um dos apoiadores. “Que democracia é essa? Chama o Marçal”, falou uma segunda pessoa.
A sabatina do Jornal Nacional chamou os cinco primeiros colocados, seguindo dados da última pesquisa Datafolha . Desta forma, o convite foi feito para André Janones (Avante), Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Simone Tebet (MDB).
Porém, Janones anunciou na semana passada a retirada da sua candidatura para apoiar o ex-presidente Lula. Sendo assim, por Marçal ocupar a sexta colocação, seus apoiadores passaram a pedir para a Globo que ele substitua o deputado federal do Avante e fique frente a frente com William Bonner e Renata Vasconcellos.
No entanto, seguindo as regras, o Jornal Nacional não convidará Pablo para substituir André e apenas fará as entrevistas com Lula, Bolsonaro, Ciro e Tebet.
As sabatinas começarão dia 22 de agosto com o presidente da República. No dia seguinte, será a vez de Gomes, seguido por Lula e fechando com Simone.
Na tarde deste domingo (7), o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi vaiado e muito criticado na churrascaria Laço de Ouro, em São Paulo. Em vídeo que tem circulado nas redes sociais, o chefe do executivo federal está saindo do local, enquanto várias pessoas gritam “fora”.
Nas imagens é possível identificar Bolsonaro ao lado do empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, e do ex-secretário de Comunicação do governo, Fábio Wajngarten. Os três estavam sendo protegidos por seguranças.
O presidente da República foi cercado por clientes da churrascaria, que o chamavam de “vagabundo” e pediam para ele deixar o estabelecimento.
Confira o vídeo:
🇧🇷 Presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, é expulso de churrascaria em São Paulo. Ele estava acompanhado do empresário Luciano Hang, dono da Havan. pic.twitter.com/dR6K3J1q98
Não é a primeira vez que o presidente acompanha um jogo da equipe palmeirense. Em 2018, poucos dias após vencer as eleições, ele acompanhou a entrega da taça aos jogadores do Palmeiras e comemorou o título, já que torce para o time palestrino.
Neste domingo (7), o candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) publicou um vídeo da sua esposa, a produtora cultural Giselle Bezerra, em que ela rebate críticas que são feitas ao ex-governador do Ceará. Na opinião dela, o presidenciável não é uma pessoa “destemperada”, mas “indignada” com a situação do Brasil.
Nas imagens, Giselle enche o marido de elogios e diz que a maior virtude dele não é a “inteligência”, mas “o respeito que ele tem pelas pessoas”. Bezerra ainda afirma que a polícia é cercada de “sujeira e humilhação”, só que Ciro tem um perfil “conciliado” e tem “conhecimento” do país.
“Ciro é um conciliador. Acho que ninguém conhece o Brasil como o Ciro. Eu acho que o Ciro tem um respeito pelo povo que é incomparável. Sim, ele é inteligente, mas [essa] não é a principal qualidade dele. Para mim, o que ele tem de melhor para ser presidente é o respeito que tem pelas pessoas. Ele respeita as pessoas, e o que eu vejo os outros [candidatos] fazendo é um desrespeito absurdo, dentro da própria política, é rasteira, é sujeira, é humilhação, é enojante”, comentou.
Assim como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), Gomes tem visado o eleitor feminino e Giselle será uma das suas cartadas para atrair as mulheres para apoiar o seu projeto.