AGRO NEWS
Publicado em
17 de novembro de 2023
AGRICULTURA
Foto: Divulgação
O boletim Radar Agro da Consultoria Agro Itaú BBB de novembro de 2023 analisou as últimas sete safras de soja e milho de Mato Grosso e concluiu que o atraso no plantio da soja vai interferir na produtividade da colheita de sacas de milho por hectare, na segunda safra.
Para a soja, nas últimas safras, o atraso no plantio não necessariamente significou prejuízo para a produtividade. A safra 2017/18 teve o plantio mais atrasado dos últimos anos e, mesmo assim, apresentou crescimento de 5,9% para a produtividade no Mato Grosso.
Já para o milho, entre os anos mais recentes, nas duas safras em que o plantio foi feito de forma mais atrasada e, portanto, fora da janela ideal, houve reflexos para a produtividade. Na safra 2017/18, o milho segunda safra apresentou queda de 5,7% na produtividade.
Já a safra 2020/21, além do plantio atrasado, apresentou problemas relacionados à falta de chuva durante o desenvolvimento, o que resultou em redução de 12% para a produtividade do milho segunda safra no estado.
“O atraso na safra de verão, quando resulta em atraso também para o plantio da segunda safra, eleva o risco de redução para a produtividade do milho no Mato Grosso, uma vez que aumenta a necessidade de chuvas mais tardias para as lavouras. Apesar da possibilidade de danos menores para a soja – desde que chova de agora em diante – em função exclusivamente do atraso do plantio, como em 2017/18, desta vez há uma preocupação adicional que é a perspectiva de chuvas abaixo da média para o Mato Grosso em dezembro, especialmente. Some-se a isso, o fato de que nas áreas já plantadas as lavouras devem apresentar falhas, afetando as produtividades, o que sugere já termos nos afastado da produção potencial de soja”, apontou o boletim.
Em relação a soja, nas safras mais recentes, o plantio da soja aconteceu com atraso e, na maior parte do tempo com ritmo inferior à média, nas safras 2017/18 e 2020/21. O plantio atrasado resultou em uma colheita com ritmo inferior à média nesses anos safra.
Apesar do grande atraso no plantio, o clima durante o desenvolvimento das lavouras foi satisfatório e não resultou em problemas para a safra 2017/18 de soja. Naquele ano, apesar do plantio mais atrasado, não houve prejuízo à produtividade.
AGRICULTURA
Mato Grosso: ritmo de plantio da soja já é o menor da média dos últimos 5 anos
Publicados
3 semanas atrás
em
30 de outubro de 2023
Foto: Divulgação CANAL RURAL
A semeadura da soja 2023/24 em Mato Grosso chegou a 70,05% dos 12,2 milhões de hectares previstos. Contudo, a extensão já é considerada a menor em relação a média dos últimos cinco anos de 71,65%. A irregularidade das chuvas no estado e as altas temperaturas seguem preocupando no cenário geral.
O plantio da soja ocorre oficialmente há sete semanas em Mato Grosso. Vale ressaltar que alguns produtores obtiveram autorização do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para o plantio excepcional ante do fim do vazio sanitário.
Levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgado na sexta-feira (27), mostra que em relação ao ciclo 2022/23 os trabalhos continuam atrasados. Na temporada passada 83,45% da área estava plantada nesta época.
Segundo o monitoramento, as regiões oeste e médio-norte são as mais adiantadas nos trabalhos com 88,85% e 88,78%, respectivamente. O centro-sul do estado vem em seguida com 77,11% e o noroeste com 70,20%.
O norte mato-grossense semeou 60,79%, o sudeste 51,92% e o nordeste 48,88%, aponta o Imea.
CLIMA AINDA PREOCUPA NA SOJA
De acordo com o vice-coordenador de Defesa Agrícola da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Jorge Diego Giacomelli, a IRREGULARIDADE DAS CHUVAS AINDA É PREOCUPANTE, EM ESPECIAL NA REGIÃO SUL DO ESTADO. Ele comenta que diante de tal situação há produtor no estado começando agora o plantio do grão, o que pode prejudicar a janela ideal do milho.
Giacomelli comenta ainda que em sua propriedade mesmo, localizada em Jaciara, as atividades tiveram de ser paradas durante 10 dias, após 50% da área semeada, por falta de chuvas. A previsão, revela ele, era concluir os trabalhos no sábado (28), depois de algumas ocorrências de chuvas.
“Colocamos um pouco mais de semente por hectare, prevendo o clima atípico e foi uma decisão assertiva porque muitas sementes não germinaram, algumas germinaram, mas com o calor excessivo e a fata de chuva, houve a degola, e foram perdidas muitas plantas”, diz.
PREJUÍZO AOS PRODUTORES
Giacomelli destaca que ainda não é possível estimar o tamanho do prejuízo que a situação do clima neste início de safra 2023/24 está causando para o setor produtor. Além do replantio em algumas propriedades, que proporciona um aumento nos custos, há também perspectivas de uma janela de semeadura do milho mais curta, bem como, relatos de produtores de que não irá plantar o cereal.
“A nossa preocupação fica também com relação aos plantios feitos dentro do vazio sanitário por conta da autorização do MAPA, 5% do estado foi semeado nesse período, além das demais lavouras que foram semeadas com bastante atraso com relação a essas, terão dificuldades com o controle do fungo de ferrugem asiática no final desse ciclo”, frisa o vice-coordenador de Defesa Agrícola da Aprosoja-MT.