Os acionistas da Eletrobras elegeram nesta sexta-feira o novo conselho de Administração da empresa, privatizada em junho deste ano. Dos onze membros, sete são novos integrantes e três foram reconduzidos, além do representante dos empregados.
De acordo com uma fonte que participou da assembleia geral extraordinária, a chapa única foi eleita pela maioria dos presentes.
Com isso, foram eleitos para o Conselho de Administração da Eletrobras Ivan Monteiro, ex-presidente da Petrobras, e Marcelo Gasparino, atual conselheiro de empresas como Petrobras e Vale.
Também foram eleitos Carlos Augusto Leone, ex-presidente da Equatorial, Octavio Cortes, ex-conselheiro da Light, além de Marisete Pereira, que já ocupou cargo no Ministério de Minas e Energia (MME).
Na lista está ainda Vicente Falconi, que já foi conselheiro da empresa, além dos atuais conselheiros reconduzidos: Marcelo de Siqueira Freitas, Daniel Alves Ferreira e Felipe Villela Dias.
A chapa única continha nove nomes indicados pelos acionistas ordinários (ON, com direito a voto). Além disso, essa chapa trouxe ainda o nome de Pedro Batista, sócio da 3G Radar, indicado pelos acionistas preferencialistas (PN, sem direito a voto).
Assim, o conselho da Eletrobras passará por uma forte renovação. Além dos três membros reconduzidos, Carlos Eduardo Rodrigues Pereira, representante dos empregados, continua no colegiado. Há ainda uma expectativa que Ivan Monteiro seja eleito presidente do colegiado.
Fontes destacaram ainda que Wilson Ferreira Júnior, ex-presidente da Eletrobras e da Vibra, seja eleito pelo novo Conselho como novo presidente da empresa. Wilson renunciou ao cargo de presidente da Vibra.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou o BNDES durante uma palestra nesta quinta-feira (18) ao falar sobre o uso de recursos públicos para melhorar o país. Guedes disse que o banco deveria reduzir o bônus distribuído a seus servidores e pagar o que deve à União.
Dados do Ministério da Economia mostram que o BNDES pagou em média, em 2021, cerca de R$ 108 mil aos empregados. Foi o maior valor declarado entre as empresas públicas com Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
Por outro lado, o banco tem uma dívida em torno de R$ 100 bilhões com o Tesouro Nacional. Segundo o ministro, a instituição convenceu o Tribunal de Contas da União (TCU) a postergar o pagamento.
“O BNDES convenceu o TCU que era um risco devolver mais dinheiro para a União e que ela melhor pagar lá na frente. Se o BNDES deu um bônus maior, tem que pagar a União”, afirmou o ministro da Economia.
Guedes disse que o Brasil está melhor do que outros países e tem todas as condições de atrair investimentos de empresas estrangeiras em áreas como petróleo e gás, alimentos e energia. Ele afirmou que, somando o resultado do leilão de aeroportos desta quinta-feira, o Brasil deverá receber em torno de R$ 900 bilhões nos próximos anos.
“As democracias liberais não confiam mais nos regimes totalitários. A Alemanha não quer mais depender da Rússia. Alemanha e França têm planos de investir no Nordeste brasileiro. Nos próximos quatro anos, vamos dobrar de 10% para 20% a oferta de energia eólica e de 5% para 10% a energia solar.”
Guedes defendeu maior tributação para mais ricos e garantiu reforma tributária na pauta do governo
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que, embora o governo tenha perdido o ‘prazo’, a reforma tributária ainda está em pauta do governo. A declaração foi dada nesta quinta-feira (18) em um evento promovido pelo BTG Pactual.
Em tom eleitoral, Guedes afirmou que a redução de tributos com o aumento na arrecadação é uma medida que contribui para a simplificação tributária. Para o ministro, a tramitação da reforma em tributos não pode perder a “janela de oportunidade”.
“Os passos não são retráteis, você não vai andar para trás”, afirmou.
Guedes ainda voltou a defender a tributação de lucros e dividendos, medida que causou mal-estar com o mercado financeiro. Segundo do chefe da pasta econômica, a iniciativa é necessária para aumentar a margem de isenção do Imposto de Renda (IR).
Paulo Guedes aproveitou para defender o aumento da tributação para mais ricos. O ministro propôs a junção de políticas sociais, gestão de capital público e investimento privado para simplificar a impostos.
“A base de arrecadação aumenta e essa massa de arrecadação maior paga a transferência de renda”, declarou.
Fundo árabe ofereceu R$ 900 milhões para controlar restaurantes do Buger King no Brasil
O Conselho Administrativo da Zamp, empresa que gerencia o Burger King no Brasil, recomendou a recusa da oferta do fundo árabe Mubadala Capital para venda das operações do restaurante no país. Segundo a Zamp, a oferta foi abaixo do que apurado por sua consultoria financeira.
A Mubadala Capital ofereceu cerca de R$ 938 milhões para comprar 45,1% das ações da rede de restaurantes. O valor é correspondente a R$ 7,55 por ação.
Após a proposta, a Zamp contratou o banco BTG Pactual para analisar o valor proposto pela Mubadala. Segundo a consultoria, a ação da empresa varia entre R$ 9,96 a R$ 13,47.
“Os acionistas devem avaliar, em sua tomada de decisão, as credenciais do potencial novo acionista controlador, sua estratégia de atuação e a oportunidade de liquidez”, afirma o documento entregue a empresa.
“Haverá uma redução relevante na liquidez das ações de emissão. Não sendo possível precisar o impacto dessa redução de liquidez”, completa o documento.
Os acionistas da Zamp devem se reunir no dia 15 de setembro na B3, em São Paulo, para decidir se aceitarão ou não a proposta do fundo árabe. A expectativa é que o quadro acionário siga a recomendação do Conselho de Administração.
Atualmente, a Mubadala Capital conta com 4,9% do controle da Zamp. Se o acordo for concretizado, o fundo assumirá 50% do controle da rede de restaurantes.
“Os interesses do potencial novo atual acionista controlador podem ser conflitantes com os interesses dos demais acionistas”, ressaltou o conselho.