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Receitas com exportações de carne bovina despencam depois de 6 anos seguidos de alta

por Revista Oeste - Agronegocio
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Agronegócio

O mercado chinês está no cerne da queda de faturamento do setor

Artur Piva

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Caso de vaca louca foi atípico | Foto: Divulgação/Abiec

As receitas com as exportações de carne bovina entre janeiro e outubro de 2023 mostram queda no faturamento do setor. É a primeira retração desse segmento, depois de seis anos contínuos de crescimento, considerando as cifras acumuladas nesses mesmos meses.

O faturamento do Brasil com as exportações de carne bovina caiu 25%. De um ano para o outro, a receita passou de US$ 10,3 bilhões para US$ 7,7 bilhões, considerando os valores acumulados nos dez primeiros meses de 2022 e 2023, respectivamente.

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A retração ocorreu principalmente em razão da queda no valor do produto — uma vez que a quantidade embarcada foi praticamente a mesma. O preço médio por tonelada caiu quase 30%, partindo de US$ 6,65 mil para US$ 4,85 mil.

Um levantamento realizado por Oeste em dados oficiais mostra que as relações com a China estão no cerne do problema.

As exportações da carne bovina e a China

O mercado chinês é o maior cliente externo da carne bovina brasileira. O gigante asiático responde cerca de 60% de todo o faturamento brasileiro nesse segmento no mercado internacional.

No fim de fevereiro de 2023, um único touro doente impediu os embarques por um mês para a China. O animal estava em uma fazenda em Marabá, no interior do Pará.

Saiba mais

O espécime se tornou suspeito de contaminação por vaca louca clássica — uma doença contagiosa e fatal. Um acordo entre os governos de Brasil e China obrigou os brasileiros a impedirem todas as exportações de carne bovina em situações como essas. E a retomada ocorre apenas depois da autorização das autoridades chinesas.

Passados poucos dias depois da descoberta, o Brasil conseguiu comprovar que o touro doente não estava com a forma clássica da doença, e sim com uma versão atípica. Ela surge de modo espontâneo como mal de Alzheimer. Desse modo, não representava riscos de contaminação. Assim, a Associação Mundial de Saúde Animal deu o caso por encerrado.

Contudo, as negociações entre os dois governos se estenderam. Por esse motivo, as exportações de carne bovina brasileira para a China ficaram suspensas até o fim de março.

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